Postagens

Mostrando postagens de março, 2009

Métrica

O peso da consciência não pode ser medido com ciência.

Cinderela

Tecida uma carta arrependida com linhas elásticas Anexada a milhões de palavras plásticas E enviada com um buque de flores artificial E um vale presentes para um par de sapatos de cristal mas a Cinderela se perdeu no labirinto de concreto. sem espaço para abóboras.

Notas de dentro do guarda roupa

Depois de tanto tempo dependurada... A fantasia retoma teu lugar junto ao corpo do artista. Velha e amarrotada, mas é exatamente esse o gosto da felicidade. * E agora o que sobrou do céu? Pedaços de estrelas ao alcance das mãos. Mofam em uma gaveta velhas fotos 3x4 de desconhecidos. E todo homem e mulher era uma estrela, e eu despedaçava memórias de outrem em minhas mãos. * Seguro de que o fundo falso nada mais era do que minha insegurança. * Sépia é a cor do fundo de um baú de memórias.

Tempo Estraño

O "estraño", estranho ao dicionário, é mais adequado à impermanência do que a ordem perfeita da gramática estática. Sutil na rebeldia e informal com tenção, encarna-se em personalidade intensa inexprimível: o curinga perspicaz. Adotado por um tempo que o quer como adjetivo, mas que só o tem pois já é intemperado por si só. Seja clima, seja areia juíza de momentos divergentes (mas agrupados em categorias para a satisfação da lógica racional - e, assim, simplista), sejam "épocas" ou "prazos": o tempo é sempre estraño. A complexidade do termo cunhado discorda de sua adequação, que se faz tão fácil de ser usado pois compreende plenamente o contexto e ressalta-o sublimemente. Pede-se não ser confundido com pleonasmo, ou mesmo com uma interjeição: o estraño é apenas a fresta para o vislumbre do abismo inefável, é uma ilustração, o resumo de uma outra linguagem num sentido literal, também um substantivo, portanto. E por mais que não haja sua conjugação verbal,